terça-feira, 6 de março de 2012

Desculpe, podia dar-me uma informação?!



Quantas vezes já não vos aconteceu ter que fazer esta pergunta? Verdade seja dita que actualmente a sua frequência poderá estar a diminuir em função dos tão afamados GPS, mas eu que ainda não os tenho, e ao contrário de muito Português vincado, não tenho problemas em pedir informações à beira da estrada a qualquer um transeunte que me pareça minimamente idóneo.
Recentemente tive que utilizar este serviço de apoio "ao cliente".
Tudo começa com um sentimento que começa a roçar o desespero. Ou seja, toda e qualquer referência que tínhamos para determinado destino desaparece, e tudo o que vemos são ruas estranhas, casas desconhecidas e caras desconfiadas que nos olham fixamente, porque eles no fundo já pressentem que nós somos de fora.
Depois surge o processo de selecção. Aquele pelo qual nós, desesperados, escolhemos a pessoa a quem literalmente vamos pedir que nos indique o nosso destino...
Crianças não vale a pena, malta jovem apressada também não são de fiar (não conhecem grande coisa e são muito bem capazes de nos enviar para o local exactamente oposto ao correcto, apenas porque estão na idade dos contras), mulheres com sacos das compras também não são uma aposta fiável, emigrantes nem vale a pena (seria uma sorte se nos conseguissem compreender) o que nos deixa três grupos:
  • Os velhotes que são pessoas em quem confiar por norma;
  • Os homens de meia idade transeuntes (normalmente os mais concisos e correctos);
  • E por fim, os trabalhadores de construção civil à beira da estrada...
Foi por esta última que me decidi na última vez em que tive dúvidas. Abrandei o carro, baixei o vidro do lugar do pendura e estiquei-me na diagonal e pedir a tal informação.
Primeiro acaba por responder o que se encontra mais perto. Contou a sua versão, uma, duas e depois três vezes até que os que se encontram atrás deste primeiro começam a ganhar confiança, aproveitam para descansar um pouco os braços e se chegam ao carro dizendo cada um a mesma versão mas num ton de voz diferente.

Por último vem aquela parte em que já percebemos as indicações ou em que fingimos que já percebemos e não queremos perder mais tempo ali e começamos a levantar o pé da embraiagem lentamente ainda com o homem a falar. Despedimonos já sem contacto visual e obrigadinhus, até uma próxima.

Eu lá consegui chegar ao destino pretendido, mas sinceramente ainda temi pelo pior, quando reparei que o primeiro a quem pedi informações, tinha tatuado no braço "AMOR de MIM"...




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