quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Lisboa à noite



Sempre gostei ir à janela espreitar o luar. Sempre o fiz desde que me lembro. Desde a altura dos bicos de pés...
Hoje faço-o novamente. Abro a janela que dá para as trazeiras do meu prédio e lá está ela. 
Bonita e serena, como sempre. 

Lá fora tudo calado, e mesmo assim ouço o ruido de sempre, lá ao fundo... 
Imagino que seja dos carros que atravessam a 25 de Abril, dos gritos no Bairro alto, das conversas de rua e o sussurro de todos os primeiros beijos que agora devem estar para acontecer.

O ruído de Lisboa, 
bonito e sereno, como sempre.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

de garantido...


De garantido nada temos.
Nada possuímos, nada monopolizamos.
Nem tempo, nem dinheiro.

Nada é nosso, tudo é fugaz como o tempo e volátil como o dinheiro. O momento vale por si, por quem o vive e pelo modo como marca alguém.

A marca. Essa sim, é a unica coisa que poderemos ter como garantido. Ao longo do tempo, ficará, ténue e cada vez mais transparente, mas se hoje a deixarmos bem vincada, pode ser que daqui a alguns anos, ainda se vislumbre algum dos seus traços...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Por onde andas?


Fugida e envergonhada
Serás verdade, serás um mito,
Teimas em não vir, estremunhada
Presa algures num infinito.

Tontos e desleixados,
À procura do que já era.
Andamos cinzentos e estrupiados
Onde estás tu, Primavera...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Música do dia # Dancing in the Dark


- Danças?
- Claro!

Nunca antes se tinham "encontrado". Foi ali, no meio daquela multidão que perceberam que havia algo mais que amizade.

Por detrás de sorrisos inocentes e mais espontâneos que nunca, embriegados de vontades e livres de complexos, regras, limites ou mesmo imaginação, foi assim que se encontraram...

Frente a frente, num jogo de sedução pura e dura, mexiam-se como nunca. No meio de uma multidão louca e cega para o que ali se estava a passar, foram-se chegando, intencionalizando os toques, os sussurares e rapidamente da multidão sairam.

Onde tinham ido eles? Tinham ido dançar na escuridão...

Bruce Springsteen - Dancing in th dark

Devia haver mais dias assim...

Caramba,
se não é espetacular acordar com um dia assim, depois do dia que tivemos ontem...



a única coisa a alterar seria o facto de eu ainda não ter acordado, pois só agora, estou quase a deitar-me...

sábado, 19 de janeiro de 2013

The Drugs Dont´t Work


É mesmo isso! Agora as drogas já não servem de nada. Decerto não haverá uma que retire o peso de consciência. O peso de ganhar injustamente 7 vezes seguidas a prova de elite do ciclismo: o Tour de France.

Compreendo que uma vez mentindo, a única saída seria camuflar a mentira. Esta, outra e mais outra. Armstrong, sentia-se no dever de continuar a ganhar, a qualquer custo. Se é legitimo querer ganhar?! É! Mas nunca da forma como o fez. Se foi justo o final que teve? Foi, mais do que justo. O preço a pagar é extremamente alto, quanto se assume publicamente que se recorreu ao Doping. Nós, os amantes de desporto, vimo-nos defraudados, e se sem qualquer tipo de atrito idolatrávamos este mito do ciclismo a nível mundial, sem qualquer tipo de atrito o passaremos a repudiar.


A pior consequência desta revelação não será tanto para os créditos firmados a titulo individual deste senhor, mas sim para serem tomados como idónios quaisquer outros resultados no mundo do desporto que surpreendam pela sua espetacularidade...

Será verdade um Usailn Bolt, Michael Phelps, Messi, Cristiano Ronaldo...

Fica a dúvida no ar... Mas se algum destes campeões o é na mais pura da sua essência, uma coisa é certa, só esse poderá um dia transmitir a verdadeira essência do desporto a um filho seu.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O desconhecido



Quanto mais alto subimos na montanha mais nos apercebemos da enorme planicie que está para lá dos nossos olhos...

Basta subir 10 metros e avistamos 50 novos km´s que nunca pensámos que fossem existir...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Comprar uma vida...

Vivo hoje num mundo que em 50 anos mudou completamente as suas prioridades.

Há 50 anos os meus pais caminhavam descalços, não tinham electricidade, e para encher a barriga roubavam fruta à noite nos quintais dos vizinhos, porque a panela de sopa para 9 tinha sido escassa.

Hoje (num nundo onde eu me incluo) interessam as marcas, a televisão, não só os 4 canais mas os 70 quando não há sequer tempo para um. 
Não há tempo nem para a televisão, nem para as pessoas. Não há tempo para os amigos, e mais grave que isso, não há tempo para a familia...

Quando duas vidas são interrompidas subitamente, quando tudo parecia bem, é que cai o remorço... 
Ontem dizia um de dois irmãos, (o que estava do lado de fora da sala de Reanimação), depois de lhe ter sido dito que provavelmente iria ficar sozinho: 

"Quero agradecer por todo o vosso esforço, todos viram o que fizeram, foram incansáveis..." e começou a chorar.

Nós, que estamos do lado de cá, que temos o prazer, e o poder (que muitas vezes esquecemos), de lidar com a vida das pessoas, não podemos ter maior pagamento que este. Aquele em que dois seres humanos frente a frente, despidos de tudo quão futil pode ter esta vida, reflectem sobre o bem mais precioso que algum dia herdámos dos nossos pais, a vida!

sábado, 12 de janeiro de 2013

Música do dia # At your door



at your door, i´m standing at your door, and you still not here, you´re never here, you never had been...here.

but i´m here!
Just because this is the closer i ever had from you,
because this is the closer,
i will never be far from you

David Fonseca - "At your door"

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Erros


Errar.
Erradamente pensamos nós que estamos sós neste mundo. 
Um mundo impestadamente enriquecido de erros. Erros camuflados, erros contados, erros submissos, erros declarados e vangloriados. 
Tristes daqueles que nunca erraram. Malditos sejam aqueles que apenas vêm os erros dos demais!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Imagens turvas



E foi assim numa noite como esta. Chuva miuda, ar húmido e pensamentos molhados. A água pingava de pequenos fios de cabelo desalinhado que tapavam a tua testa. 
Uma estipidez que me atesta, detesta e mais que isso fará de mim uma besta...