quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quando as palavras faltam...




Parei o carro no sinal vermelho. O rádio lá ia passando uma música baixinho com um luctor que a espaços dava vida a uma noite amarga.
O carro estava ao centro das três faixas de rodagem e nenhum carro se chegava à frente...
O que eu não dava por um pretexto para poder olhar para o lado esquerdo, o da porta... Algo ou alguém, um outro mundo para onde me pudesse deslocar, quanto mais não fosse para tentar descortinar o que se passaria na vida do condutor que tinha parado ali mesmo ao meu lado
Estávamos só nós dois ali, em silêncio, iluminados pela caracteristica luz amarela dos candeeiros públicos, cada um com um rio de argumentos para atirar ao outro, mas sem saber bem como o fazer, ou como os colocar.

O sinal lá abriu. A paisagem foi-se desenrolando e a tensão foi desvanecendo à medida que eu ia fingindo que me preocupava com o trânsito ou com a escolha do destino até casa...

Eu estava atulhado, cheio e entupido, mas aposto que ela não estava melhor, porque é no silêncio que se dá voz aos pensamentos

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