Andavam sempre os quatro juntos.
Ela, ele e dois amigos.
Dois dos seus amigos estavam na conversa, a comentar uma música que ouviam no walkman. Um trouxera a cassete e o outro o Walkman. Falavam de uma banda nova, cujo vocalista tinha morrido recentemente. É diferente, tem um som diferente, não sei explicar, ouve, ouve e depois diz-me que achas - dizia um deles.
Era um dia de primavera, daqueles em que as tardes já aqueciam o quanto bastasse para o pátio da escola se encontrar cheio de camisolas amarfanhadas no chão. O chafariz era ponto obrigatório para quase todos naqueles minutos de liberdade controlada e os quatro já por ele haviam passado antes de se sentarem nos bancos espalhados pelo recinto.
-Dá-me a mão! Disse ele, eles dois ficam aí entretidos.
Arrastou-a até atrás do pavilhão e juntos subiram uma oliveira.
- Quero mostrar-te uma coisa.- Tentou ele contextualizar
- Estás a ver? Daqui... daqui avistas todos os barcos que saem do rio em direcção a algures. Tal como falava hoje a nossa prof na aula de História. Como se fossem à descoberta de algo que não conhecem, mas que por alguma razão sentem que existe...
- Algo como tu...
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