quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dor tipo moínha

As noites nunca mais voltaram a ser os mesmas, e os dias agora tinham-se tornado noites. 

Acordou todo suado com o coração aos pulos.
Tinha sido outro pesadelo. 
Experimentar a sensação de queda de um precipício, mesmo que a sonhar, nunca é fácil!




Arrastou as pernas para fora da cama, sentou-se e levou as mãos a cara. Esfregou-a várias vezes, como se aquele gesto o fosse fazer acordar melhor...
Levantou-se, e foi até à janela.
Naquela manhã era o nevoeiro que reinava. Impunha a sua névoa negativa e preguiçosa, perante toda e qualquer vontade de mudar. 
Deu com mais um dia cinzento. Era típico.
A calçada da rua, húmida, e o corrimão impregnado de formações gotosas, ansiando por quem nele coloque a mão, e as escorra num fio breve de água corrida.
Ele queria mudar, queria voltar, mas aquela moínha cinzenta não ajudava nada. 
Deixa estar... afinal é só mais um dia cinzento.

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